09/03/2007

Com Tinta e Muita Arte









New Wembley Stadium



Do mítico e antigo estádio de Wembley, construído em 300 dias e inaugurado em 1923, resta apenas o nome. Nem as torres gêmeas da entrada do estádio-templo sobreviveram. Por isso, foi necessária muita tecnologia, criatividade e coragem, para convencer os ingleses de que era preciso derrubar o maior símbolo do futebol inglês. Assim, os idealizadores do projeto construíram um novo marco no noroeste de Londres, uma edificação com 1 km de circunferência e um arco de 133 m de altura e cujo custo deve passar os 460 milhões de euros.





A inauguração do "New Wembley", cujas obras se iniciaram em 2002, tem sido sistematicamente adiada, estando a sua inauguração oficial prevista para 18 de Maio com a Final da Taça de Inglaterra.
Com uma estrutura básicamente metálica, o novo estádio terá uma lotação de 90 000 lugares, a cobertura será deslizante, todos os lugares serão cobertos, e disporá ainda de uma pista de atletismo que será removível.
O seu design interior em forma de bacia foi projecto para maximizar a acústica, sendo o famoso arco com 130 metros de altura o ex-libris do estádio. Serve de sustentação da corbertura, possibilita excelentes efeitos de iluminação, e é visível de quase toda a cidade.
Como seria de esperar, é dotado das mais modernas infra-estruturas tecnológicas, dispõe de 2600 instalações sanitárias e acesso directo à rede de metropolitano. Uma Maravilha !!

A Importância do Restauro

Reconstruir, restaurar e conservar, são palavras que, quando associadas aos respectivos actos, significam preservar o passado e a história, e acima de tudo, respeito pelos nossos antepassados e pela época em que viveram.
Um trabalho de reconstrução e restauro é uma autêntica lição viva de técnicas, materiais e conhecimentos empíricos.
Em engenharia e arquitectura viveu-se uma época em que o importante para os autores de uma obra eram a racionalização de custos e a demonstração das capacidades criativas pessoais.
Não se hesitava em demolir todo um patrimóno existente para em sua substituição se erguer uma torre de betão com maiores capacidades de alojamento, funcionalidades e imagem de modernidade.

Felizmente, hoje já se verifica um ligeiro retrocesso nessa teoria, e muitos dos arquitectos e promotores da n/ praça já equacionam soluções mais racionais, e optam por reformar, e readaptar às exigências actuais, edificios cuja traça arquitectónica são considerados de importância na cultura e património de um povo.
É evidente que nem todos os edifícios antigos apresentam características de valor a preservar, e a maior parte das vezes os custos de recontrução são muito superiores a uma edificação nova.

Contudo, esse é um desafio transversal a toda a sociedade. Os legisladores terão de fazer respeitar PDMs e classificar imóveis de interesse arquitectónico. Os promotores imobiliários terão de procurar soluções de rentabilidade conjugada com o valor histórico da reconstrução. Os arquitectos terão de saber respeitar a obra existente, demonstrando as suas capacidades na adaptação a uma nova funcionalidade. E o consumidor final terá de ser mais exigente e preferir ocupar um espaço empregnado de história e cultura, ao invés de uma edificação insípida e descarecterizada.
Se não preservarmos o património, perdemos a identidade cultural.



Este conceito não deverá ser só aplicado nas grandes cidades.
Nas pequenas aldeias e vilas de todo o país, o valor arquitectónico existe. Não só os grandes e monumentais edíficios é que são dignos de conservar. Existem pequenas edificações, que pela sua história merecem igual tratamento.



Para grande pena minha, na m/ terra natal, este conceito de respeito por outras épocas, tem sido sistemáticamente ignorado.
No passado demoliram um antigo convento, e mais recentemente, sem se saber porquê, acabaram por demolir as escolas onde os n/ avós aprenderam as primeiras letras.
O edifício da foto já não existe. Foi amputado e modificado através dos tempos, acabando por ser reduzido a ... nada.
No local querem construir uma nova edificação, daquelas que se constroem por todo lado.